As dinâmicas mercadológicas dos dias atuais têm ganhado novos contornos com a emergência das questões climáticas. É latente a necessidade de desenvolvimento de processos sustentáveis que compensem os impactos ambientais e que possam preservar, na maior medida possível, o meio ambiente. Neste cenário, a implementação de governança ambiental e o desenvolvimento de práticas sustentáveis dentro das organizações representam, para além de uma papel básico de responsabilidade socioambiental, um diferencial competitivo.
Diante da premente necessidade de preservação ambiental, as organizações privadas, encontram na implementação de compliance ambiental uma forma de dar passos ao cumprimento do dever estipulado no caput do Art. 225 da Constituição federal, de defender e preservar o meio ambiente. Além disso, veem a adoção de sistemas de gestão ambiental como uma forma de gerar valor para os produtos e serviços produzidos e ofertados ao mercado, com o potencial aumento de lucratividade das operações e redução de riscos.
Em um estudo de 2019 elaborado pela empresa de consultoria empresarial McKinsey & Company, são apontados alguns diferenciais gerados pela implementação de práticas de ESG nas empresas. Dentre eles estão a redução de custos, aumento de produtividade, otimização de investimentos e de gastos de capitais.
A diminuição de custos com a implementação de processos mais sustentáveis podem gerar economia e reaproveitamento de recursos e, além disso, conforme o mencionado estudo, empresas com processos socioambientalmente responsáveis são melhor percebidas e valorizadas pelo público e stakeholders. Além disso, tendem a obter preferência dos consumidores, dispostos a pagar mais por produtos e serviços produzidos de maneiras mais sustentáveis.
É possível observar, portanto, que, para além de representar um dever das empresas, uma conduta responsável e preocupada com a proteção e defesa ambiental através do desenvolvimento de ações efetivas para a diminuição e reparação de danos ambientais pode ir ao encontro dos interesses daquelas organizações. O aumento da rentabilidade, seja através da diminuição de custos gerados pela otimização de processos ou com o aumento do valor percebido dos produtos e serviços ofertados ao mercado, é um exemplo de benefício encontrado.
Por fim, é importante mencionar que a adoção de práticas ambientais não podem servir ao chamado “greenwashing”, ou seja, como um simples “marketing verde”, sem a adoção de reais e efetivas ações ambientais de impacto positivo. Tais práticas tem sido combatidas no judiciário nacional e internacional, como no recente processo envolvendo as subsidiárias da JBS Food nos Estados Unidos.
/Luiza Carolina Portela Schneider, Pricila Aquino, Milena Balduíno.


